sexta-feira, 29 de outubro de 2010

No Outro Lado da Calçada

Às vezes me perguntam:

- E aí Lupo, tudo bom?

Aí eu paro e penso no meu dia. Problemas e mais problemas no trabalho, sozinho sem um amor, longe da família, sem geladeira e sem nenhum convite para sair no final de semana. Penso que tenho uma doença crônica, que precisa ser devidamente... controlada. Penso nos amigos que deixei no passado...

No segundo seguinte lembro que aprendi há alguns anos a olhar para "o outro lado da calçada". Respondo com um sorriso no rosto:

- Estou bem, obrigado.

Mas não estou. Ainda há um mendigo no outro lado da calçada.

#byLupo, 10/10/2008. Inspirada na poesia Um Mendigo, de Túlio Santos. Hoje (29/10/2010) alguns dos meus problemas foram resolvidos, outros surgiram... mas ainda existe um mendigo no outro lado da calçada.

6 comentários:

Maria Helena disse...

Meu queridooooooo!!!! Que texto sensível! Que olhar aguçado para o que está nas entrelinhas
nas nossas passagens nas calçadas da vida.
Quando eu afirmo que você é especial é por conta do seu olhar caleidoscópico para olhar o que muita gente não percebe.
Os gemidos silenciosos estão dentro e fora de nós. Só os ouvidos com sensibilidade divina conseguem escutar o inaudível. Você é assim! Não foi por acaso que há pouco lhe denominei Anjo Humano. Um beijo carinhoso!

Edson Marques disse...

Lupo!

Saudades de você, e dos teus textos finos e cortantes... como esse de hoje!

Flores e estrelas.

Edson Marques disse...

flores e entrelinhas, eu diria... rs!

Unknown disse...

E ainda tem muita gente que não dar valor ao amor, se faz de insensível só para contrariar seu instinto, pois se exercitar no amor ao próximo reverte as sua atitudes.
Obrigado pela solidariedade, no Universitários Kariri.
Abraço

silvioafonso disse...

.

Mendiguei como só os ricos sabem.
Comprei lindos sonhos como só aos
menos favorecidos é possível.
Decantei a fartura da esperança como
só o povo da Etiópia é capaz.
Dei cambalhotas em troca de um sorriso.
Dancei na praça em busca de atenção
mas foi viajando por entre os oprimidos,
marginais, putas e vagabundos que eu
descobri o verdadeiro valor da vida.

Lindo, meu amigo Lupo. Um abraço.

silvioafonso.



.

Morena disse...

Mas o que é poesia senão o dia a dia? O que é o poeta senão um mero interprete do mundo real e das vertentes da vida? Teu texto me leu hoje. O problema não é a solidão, falta. Não existe problema: existe inocência.

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