quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Verdade Absoluta

Se preferir, pode ouvir este texto narrado por mim no player abaixo;


Verdade Absoluta - Lupo by forati




PRÓLOGO – VERDADE ABSOLUTA


1 + 1 = 2


DESDIZENDO VERDADES ABSOLUTAS


São palavras tão bonitas (de sabedoria!),
Aquelas que alardeiam a perfeição,
E sentenciam os ignorantes à escuridão em pleno dia.


“Carpe dien”
“Arrependa do não feito”
“Busque a paz lá no tormento”
“E ame mais a você mesmo”


Como se eu não tivesse o direito de passar meu dia deitado numa cama, chorando e sofrendo de pena de mim mesmo, para tentar – quem sabe – pagar uma pequena parcela do preço dos meus pecados, da minha conta junto ao Universo cósmico, que só de juros dá uma vida.

Como se eu não tivesse o direito de querer (só querer, não é muito!) voltar atrás, e impedir aquela palavra áspera, o movimento descuidado, a tecla que o dedo esbarrou sem querer, o momento que passou sem que eu tivesse dito adeus. Como se eu fosse obrigado a me mostrar ainda mais fraco para o outro, como se já não me bastasse conhecer – de cor – a minha imensa pequenez.

Como se eu não pudesse escolher o 44 de vez em quando, e seguir na mesma linha por um tempo. Como se eu não pudesse, só às vezes, esquecer dos meus problemas mesquinhos, meus erros absurdos, minhas vontades infantis, minhas desilusões raquíticas, e finalmente esquecer (só às vezes!) a certeza da minha imperfeição e essa angústia que machuca e destrói minha garganta, e com ela, minha voz.

Como seu eu fosse um só, e não uno com o mundo. Como se eu pudesse me amar sem amar o outro, que não passa de eu mesmo. Como se eu tivesse que me odiar para odiar o outro, aquele que nos segredos mais íntimos, pensa ser Jesus e faz sexo com Nossa Senhora.

Somos ou não somos apenas átomos, e átomos de átomos, organizados mais ou menos de forma caoticamente organizada?


Mais um quarteto, vá...


“Doe sangue”
“Nunca perca o momento”
“Conheça, e depois quebre regras”
“E catzo, plante uma árvore e tenha um filho!”


Mas o sangue é ruim,
O momento já passou,
Não sou eu o autor do livro,
E o resto você sabe.


Fim do primeiro ato.


CONFIRMANDO A “DESDIZÊNCIA”


Nada valem, querido e odiado leitor. São só palavras.
Veja: cada erro é pessoal,
Vivido por você (e por mim) a cada ciclo,
E sempre termina com mágoa,
E quase sempre com culpa.


Não existe aprendizado nas palavras lidas,
Só nas experiências que tocam o seu coração,
Pois o aprendizado e esquecimento andam de mãos dadas.
Sua casca não passa de um composto de carbono,
Com muita água e pouco ferro.


Você sempre se verá no horizonte das palavras,
Serão perfeitas... Ah, se não fossem só palavras,
Transvertidas ou transvestidas, não em sílabas,
Mas em cruel arrependimento.


É tão fácil escrever verdades absolutas,
(Como essas que escrevo)

Difícil mesmo é se livrar delas,
Atingindo a sua perfeição, única,
Que inexoravelmente será formada de certos e errados,
De sorrisos e lágrimas,
De vitórias, derrotas, alguns empates,
E matematicamente ornamentada por bênçãos e maldições.


Talvez – é o que eu digo, -
O segredo seja querer ser simples,
Simplesmente... humano.
Não sentir vergonha (remorso, raiva, culpa) dos defeitos,
E não se vangloriar (publicar, exibir, pensar-se pleno) das virtudes.


Nota do autor: Sou um idiota. Continuemos, preste atenção:


Cada erro que cometemos cobrará seu preço.
E cada acerto já será, por si só, a recompensa.


Deixe-me repetir:


Cada erro que cometemos cobrará seu preço.
E cada acerto já será, por si só, a recompensa.


EPÌLOGO – DESDIZENDO A “DESDIZÊNCIA”


Não há evolução nessa conta.
Alguém me explique, pois para mim,
Um mais um,
Nunca dá dois.

2 comentários:

BIA disse...

Oi Lupo!!! ♫ ♪

Lindo e emocionante o texto narrado por você!!! Verdadeiro e sábio!!!
Ah!!! Adorei ouvir sua voz, excelente idéia esta de um post narrado!!!
Bjus
Bia =D ♫ ♪

Lupo disse...

Obrigado Bia! =)

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