quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Para as Pessoas que Sofrem e/ou Solitárias

Não prego verdades absolutas. Tenho medo disso!

Estou em constante mutação. O que me castra a escrita muitas vezes é o receio de espalhar idéias sem ter pensado nelas com o devido critério.

Todos merecem muito mais do que a resposta quando fazem uma pergunta, e eu nunca tenho a resposta! Mas tenho idéias... Mesmo que não sejam assim tão boas.

Mas não preciso de perguntas quando alguém passa a idéia de procurar uma resposta. E todos nós esperamos respostas, não é mesmo?

Como você, tenho pensamentos e questionamentos, e absolutamente nenhum deles é novo. Tenho certeza que você, que está me lendo, conhece a maioria deles, talvez com outras palavras. Quero crer que você tem versões melhores que as minhas.

Vou escrever alguns. São idéias radicais, que tirei da Bíblia, que faz juz a um determinado contexto histórico e eventualmente podem ser contra argumentadas, em parte, pela própria Bíblia. São perguntas que, acredito, podem ser lidas em momentos de sofrimento ou solidão. Espero que lhe seja útil.

  1. Como reconhecer o dia àquele que não conhece a noite? E vice-versa? Existe felicidade para àquele que não conheceu a tristeza? Em última instância, não conheceu o desespero, a inutilidade, o ódio e a dor?
     
  2. Se nos foram dados, de forma gratuita, as bênçãos da sapiência, dons específicos, o controle motor, o dom da multiplicação da espécie, das emoções (amor / caridade) e da em última instância, da própria vida física (só para citar alguns exemplos), como podemos reclamar daquilo que eventualmente nos foi (ou nos será) tirado?
     
  3. Como esperar qualquer pagamento que seja de outro ser humano, se cada um deles é responsável e dono dos próprios atos, desejos, instintos, sentimentos e pensamentos? Porque esperar retribuição daquilo que nunca nos foi pedido? E mesmo que tivesse sido pedido, não teríamos feito o que foi pedido por vontade própria?
     
  4. Não seriam os sentimentos "ruins" (como a melancolia) formas eficazes de meditação sobre os valores da vida? Sobre aquilo que realmente importa? A nostalgia em si, a saudade de um tempo, de um gosto, de um cheiro, enfim, de sensações, não seriam só a bênção da capacidade de recordar e reviver, mesmo que de forma não totalmente satisfatória, as alegrias e ensinamentos vividos? Não seria muito pior esquecer?

    Que validade teria tido (para a nossa existência material) o nosso passado, erros e acertos? E por conseqüência, qual seria o sentido de viver o presente, já que amanhã tudo o que tivesse sido vivido de importante seria sumariamente esquecido?

    E o entendimento da saudade não nos ajuda a perceber melhor o tempo presente, já que amanhã este presente pode representar uma nova saudade?


Às vezes, mais é menos. Mas o livro de Jó nos ensina que não temos capacidade para entender os projetos e desígnios de Deus. Eu vejo isso como uma linda lição de humildade.

Eu vos sinto como uma pessoas humildes, e ao mesmo tempo, repletas de luz e conhecimento. Você, que está lendo este texto, é uma pessoa abençoada, e deve isso a tudo o que lhe foi dado, e tirado, desde antes do seu nascimento até hoje.

Ainda, quero que saibam que entendo que não posso sentir na minha pele o peso da sua cruz. Não desmereço o seu sofrimento e a sua solidão. Também quero acreditara que pensa o mesmo sobre o peso da minha cruz, e a dos nossos semelhantes.

TUDO tem importância, e só o seu Deus pode calcular (ou contabilizar) tais mistérios... E acredite: Ele se importa.

Fé, esperança e amor... Sempre! Mas principalmente, amor.

Fiquem com Deus!

Lupo

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