Não prego verdades absolutas. Tenho medo disso!
Estou em constante mutação. O que me castra a escrita muitas vezes é o receio de espalhar idéias sem ter pensado nelas com o devido critério.
Todos merecem muito mais do que a resposta quando fazem uma pergunta, e eu nunca tenho a resposta! Mas tenho idéias... Mesmo que não sejam assim tão boas.
Mas não preciso de perguntas quando alguém passa a idéia de procurar uma resposta. E todos nós esperamos respostas, não é mesmo?
Como você, tenho pensamentos e questionamentos, e absolutamente nenhum deles é novo. Tenho certeza que você, que está me lendo, conhece a maioria deles, talvez com outras palavras. Quero crer que você tem versões melhores que as minhas.
Vou escrever alguns. São idéias radicais, que tirei da Bíblia, que faz juz a um determinado contexto histórico e eventualmente podem ser contra argumentadas, em parte, pela própria Bíblia. São perguntas que, acredito, podem ser lidas em momentos de sofrimento ou solidão. Espero que lhe seja útil.
- Como reconhecer o dia àquele que não conhece a noite? E vice-versa? Existe felicidade para àquele que não conheceu a tristeza? Em última instância, não conheceu o desespero, a inutilidade, o ódio e a dor?
- Se nos foram dados, de forma gratuita, as bênçãos da sapiência, dons específicos, o controle motor, o dom da multiplicação da espécie, das emoções (amor / caridade) e da em última instância, da própria vida física (só para citar alguns exemplos), como podemos reclamar daquilo que eventualmente nos foi (ou nos será) tirado?
- Como esperar qualquer pagamento que seja de outro ser humano, se cada um deles é responsável e dono dos próprios atos, desejos, instintos, sentimentos e pensamentos? Porque esperar retribuição daquilo que nunca nos foi pedido? E mesmo que tivesse sido pedido, não teríamos feito o que foi pedido por vontade própria?
- Não seriam os sentimentos "ruins" (como a melancolia) formas eficazes de meditação sobre os valores da vida? Sobre aquilo que realmente importa? A nostalgia em si, a saudade de um tempo, de um gosto, de um cheiro, enfim, de sensações, não seriam só a bênção da capacidade de recordar e reviver, mesmo que de forma não totalmente satisfatória, as alegrias e ensinamentos vividos? Não seria muito pior esquecer?
Que validade teria tido (para a nossa existência material) o nosso passado, erros e acertos? E por conseqüência, qual seria o sentido de viver o presente, já que amanhã tudo o que tivesse sido vivido de importante seria sumariamente esquecido?
E o entendimento da saudade não nos ajuda a perceber melhor o tempo presente, já que amanhã este presente pode representar uma nova saudade?
Às vezes, mais é menos. Mas o livro de Jó nos ensina que não temos capacidade para entender os projetos e desígnios de Deus. Eu vejo isso como uma linda lição de humildade.
Eu vos sinto como uma pessoas humildes, e ao mesmo tempo, repletas de luz e conhecimento. Você, que está lendo este texto, é uma pessoa abençoada, e deve isso a tudo o que lhe foi dado, e tirado, desde antes do seu nascimento até hoje.
Ainda, quero que saibam que entendo que não posso sentir na minha pele o peso da sua cruz. Não desmereço o seu sofrimento e a sua solidão. Também quero acreditara que pensa o mesmo sobre o peso da minha cruz, e a dos nossos semelhantes.
TUDO tem importância, e só o seu Deus pode calcular (ou contabilizar) tais mistérios... E acredite: Ele se importa.
Fé, esperança e amor... Sempre! Mas principalmente, amor.
Fiquem com Deus!
Lupo
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