Já faz um ano. O sons eram os mesmos,
Se não me engano, os desejos mais serenos.
Sete ondas, algazarra num céu colorido,
Cachorros com medo e procurando um abrigo.
Janeiro, passou rápido e já era Fevereiro,
E aqui estou eu, num Dezembro festeiro.
Retrospectiva, Roberto Carlos, final de campeonato,
E tudo muda, imutavelmente, um tudo abstrato.
Nova vida? Nova vida de Jesus, que a cada ano perece,
Nova lágrima, novos desejos, uma só nova prece.
Saúde, que haja paz, que seja pleno,
Meu coração amiúde se satisfaz no sereno.
E um beijo, Que outrora era desejo,
Ora é um jeito de dizer que te amo.
Outros anos assim passarão.
Que o engano deste fim do ano,
Seja o derradeiro acerto de meu coração.
Acordei cedo... Na verdade não dormi. Fiquei horas e horas olhando a parede, com aquele frio na barriga que dá quando a gente espera por algo.
Levei um susto com o despertador... Pulei rapidamente da cama e fui correndo preparar o café. Fiz forte, com pão e queijo. Olhei no espelho, as olheiras me denunciavam... Lavei o rosto, sem motivo... Fui tomar banho.
Desci, fui para o carro, que insistia em não pegar. Pegou. Saí. Fui na direção do sol, na direção do vento, na direção do meu destino. Passei lombadas, semáforos, hospitais e casas. Passei pela estrada de cimento, pela estrada de tijolo e pela estrada de areia. Estava indo em frente, como sempre...
Bati. Estava rápido e o acidente foi feio. Morri. Pelo menos não machuquei mais ninguém.
Estava sozinho, e deixei cicatrizes. Pessoas que me amavam choraram. Pessoas que me conheciam ficaram com nós de garganta. Minha mãe se desesperou. Meu pai idem. E eu também chorei.
Depois de muito tempo, ainda resta na estrada uma cruz informando aos outros motoristas da minha partida. Vejo que poucos a percebem no movimento constante da estrada, mas todos que a notam reduzem a velocidade, como que para me cumprimentar. Não me conheceram, mas existe em seus íntimos um fundo de tristeza também, pelo menos eu acho.
Corri para chegar mais rápido ao meu destino, e pensava que ele já estava escrito. Na verdade, meu destino não precisava de pressa, mas de esperança, fé, ou mesmo vontade e maturidade.
Que neste Natal você siga o seu caminho em direção ao seu destino... Mas se for de carro, tome cuidado e não corra.
By Lupo, primeira publicação em 08/11/2003
15 comentários:
finais de ano me provocam desespero. Porque é em dezembro que percebo que o tempo está passando e eu não fiz nem metade do que eu pretendia ter feito naquele ano. O tempo sempre me trai.
Ô meu lindo, olha, até arrepia. Tem varias formas de interpretação sua poesia. Vc é fantático. Pode ter certeza que sou sua fã número 1. Bjão
Quero que esse ano acabe logo. E ano que vem seguirei meu destino... Sem olhar pra trás.
Realmente precisamos de diretriz de vida, as mensagens são sempre bem vindas. E a sua não foge as regras, só discordo de coisas que sempre são as mesmas igualzinho a propaganda do shampoo que dizia, "minha voz continua a mesma, mais meus cabelos, quanta diferença" não é assim com a poderosa "Globo" todo final de ano é a mesma coisa com Roberto Carlos. Risadas.
Abraço
Nostalgia sempre num ano que acaba...somos e não somos mais os mesmos...desejos se transformam em amor...e o destino nos persegue"como um louco segurando uma navalha"...
Gosto de vir aqui!
Ternuras
Doce dezembro... Melhor mês do ano \o/
Eu adoro esse mês, eu adoro o natal eu adoro as festas, adoro as luzes adoro montar a arvore adoro a lista de presentes adoro desejah feliiiiz natal \o/\o/
Poxa Lupo (só pra lembrar q adoro esse nome hehe \o/) cada frase lida imagino a cena...
Teus textos desperta isso em m.
Beijokas;*
Olá Lupo! Puxa amigo, seu texto é muito bom, sabe eu tenho tentado dar uma dezacelerada na vida, confesso que há momentos que a gente vira passageiro da vida e não sabe como pegar o comando, mas a gente tem que tentar mudar isso.
Obrigado pelo comentário no meu blog!
Vou segui esse aqui, gostei.
ah querido Lupo
teu poema
ascende mais uma luz de esperança no meu coração
você como sempre maravilhoso
abraços
Querido Lupo, vou narrar o que me aconteceu ao chegar no seu blog. Comecei a ler sua poesia e fui sendo tomada por uma emoção que foi aumentando a cada verso. Mas foi no desfecho:"Que o engano deste fim de ano, Seja o derradeiro acerto do meu coração", que eu extasiada disse: Que lindoooooooo! Bravooooo!!! Era como se eu quisesse que terminasse assim, entende? Era como se a poesia estivesse sendo escrita a duas mãos! Poesia itinerante! Depois fui lendo o texto e uma frase me veio à mente: Lupo não morrerá jamais porque já deixou marcas profundas no coração da humanidade. Você é marcante! Bjs!
Oi amigo...
Acho que o tempo, ou melhor a falta dele, é que nos faz querer correr e até voar.Um mundo que não epera, tudo é pra ontem e assim, administrar esse tempo nem sempre é tarefa fácil.Mas concordo, termos que parar, fazer com calma, ter prazer e apreciar a vida que até onde conhecemos é uma só, embora eu acredite que existam várias.
Belo texto, simples mas direto, objetivo e poético, disse a que veio.Valeu sua visita bem como o doce comentário.
Destino, eu me encanto com essa palavra e ao mesmo tempo choro pela sua intensidade.
Aquele abraço Lupo!
Adorei!
Lupinho!
Como alguém comentou acima, finais de ano me deixam inexplicavelmente triste, assim como fico no meu aniversário!
Mas é uma excelente época para refletir sobre si mesmo, para avaliar sentimentos, limparmos o porão do nosso coração e nos darmos mais uma chance de acertar, não é mesmo??
Quanto ao meu layout, agradeço demais sua sugestão, mas não compreendi exatamente, porque uso cores clarinhas e uma fonte legível. De onde você costuma acessar? Porque no celular, fica hiper desconfigurado mesmo! De toda forma estou de olho e farei as modificações conforme eu tenha um tempinho!!
Beijos da Clei.
Quando crescer quero expor o que penso com a facilidade que você tem!
Que bom ter encontrado alguém assim.
Valeu. Voltarei sempre, sempre.
Retribuindo sua visita.
Esse post realmente me chamou a atenção, li e realmente concordo. "Nós temos pressa pra viver e a vida não exige pressa e sim maturidade para esperar, como não esperamos, morremos." (Ana Clara Q. Silva)
Parabéns pelo blog, escreve muito bem.
estou seguindo!
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